O maior incômodo com smartphones e smartwatches é que precisamos carregá-los todos os dias. Contudo, como criaturas de sangue quente, geramos calor o tempo todo, e esse calor pode ser convertido em eletricidade para alguns dos dispositivos eletrônicos que carregamos.
Dispositivos termoelétricos flexíveis, ou F-TEDs, podem converter energia térmica em energia elétrica. O problema é que os F-TEDs não eram flexíveis o suficiente para serem usados confortavelmente ou eficientes o suficiente para alimentar até mesmo um smartwatch. Eles também eram muito caros de fazer.
Mas agora, uma equipa de investigadores australianos pensa que finalmente conseguiu um avanço que poderá tirar os F-TED do papel.
“A energia gerada pela película termoelétrica flexível que criamos não seria suficiente para carregar um smartphone, mas deveria ser suficiente para manter um smartwatch funcionando”, disse Zhi-Gang Chen, professor da Universidade de Tecnologia de Queensland, em Brisbane, Austrália. Isso significa que chegamos a um ponto em que seria possível fazer uma pulseira termoelétrica para Apple Watch que pudesse manter o relógio carregado o tempo todo? “Seria necessária alguma engenharia industrial e otimização, mas definitivamente podemos conseguir uma banda smartwatch como essa”, disse Chen.
Céu da fabricação
Geradores termoelétricos que produziam energia suficiente para operar algo como um Apple Watch eram, até agora, feitos com materiais rígidos a granel. O problema óbvio com eles era que ninguém gostaria de usar uma placa de metal no pulso ou passar um cabo de alimentação de qualquer outro lugar até o relógio. Os dispositivos termoelétricos flexíveis, por outro lado, eram perfeitamente usáveis, mas ofereciam eficiências que os tornavam bons para aplicações de baixa potência. eletrônica de monitoramento de saúde em vez de hardware que consome mais energia, como smartwatches.
Em 2021, gerar 35 microwatts por centímetro quadrado em uma pulseira usada durante uma típica caminhada ao ar livre foi impressionante o suficiente para levar seu trabalho de pesquisa à Nature. Hoje, Chen e seus colegas criaram um dispositivo termoelétrico flexível que teve um desempenho 34 vezes melhor em temperatura ambiente. “Até onde sabemos, detemos um recorde atual neste campo”, diz Chen.