Uma nova descoberta feita por cientistas russos surpreendeu a comunidade paleontológica e, pela primeira vez, pode mostrar como realmente eram os tigres dente-de-sabre.
O gatinho dente-de-sabre é quase pequeno o suficiente para ser segurado com uma mão, mas sua descoberta depois de 32 mil anos é um grande evento para os paleontólogos.
Ao contrário dos espécimes esqueléticos anteriores descobertos no Texas, este filhote ainda tem o pelo marrom escuro.
Tinha cerca de três semanas quando morreu no que hoje é o nordeste da Rússia – e o permafrost preservou-o bem desde então.
Segundo os cientistas da Academia de Ciências de Yakutia, no Extremo Oriente, é uma descoberta única.
“Em nenhum outro lugar foi encontrado em tão boas condições”, disse Aisen Klimovsky, da academia, coautor de um artigo publicado este mês na revista Scientific Reports.
“Esta é a primeira descoberta que mostrará ao mundo como eles realmente eram”, disse Klimovsky, do Departamento de Pesquisa da Fauna de Mamutes do Instituto Yakutsk, na capital regional.
“Revela o grande segredo da natureza, por assim dizer.”
Os pesquisadores encontraram o filhote há quatro anos, enquanto procuravam presas de mamute em Sakha, também conhecida como Yakutia e a maior república da Rússia, perto do rio Badyarikha.
Fazendo fronteira com o Oceano Ártico, Yakutia é uma vasta região de pântanos e florestas maiores que a Argentina, cerca de 95% da qual é coberta por permafrost.
O aumento das temperaturas globais causado pelas alterações climáticas está a derreter grande parte do permafrost da Rússia, expondo restos de animais e outros vestígios antigos. No início deste ano, cientistas do Instituto Yakutsk conseguiram examinar uma carcaça de lobo de 44 mil anos que foi retirada da tundra derretida.
O filhote pertence ao gênero Homotherium, que viveu na América do Norte, Eurásia e África de cerca de 4 milhões de anos atrás a 12 mil anos atrás. Os animais tinham aproximadamente o tamanho de um leão quando adultos e eram conhecidos por seus incisivos superiores serrilhados.
De acordo com Albert Protopopov, chefe do Departamento de Fauna de Mamutes e coautor da revista Nature, a descoberta será uma bênção para paleontólogos de todo o mundo.
“É uma verdadeira sensação”, disse ele à Reuters.